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🩺 Guia Completo da Isenção de Imposto de Renda para Pessoas com Doenças Graves

Introdução

Muitas pessoas que enfrentam doenças graves não sabem que têm direito à isenção do Imposto de Renda sobre seus proventos de aposentadoria, reforma ou pensão. Esse direito está previsto em lei e representa um alívio financeiro importante para quem já lida com despesas médicas e desafios na saúde.

Este guia foi criado para esclarecer quem tem direito, como solicitar e quais documentos são necessários para obter a isenção.

A legislação brasileira, especialmente a
Lei no 7.713/1988, concede isenção do
Imposto de Renda (IR) sobre proventos de aposentadoria, reforma e pensão a contribuintes acometidos por doenças consideradas graves, como câncer, AIDS, esclerose múltipla, cardiopatias graves, entre outras.

Fundamento Legal e Jurisprudencial

  • A Lei no 7.713/88, em seu artigo 6o, inciso XIV, define as enfermidades que geram direito à

    isenção.

  • A jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), notadamente por meio das Súmulas 598 e 627, respalda o entendimento de que não é exigível laudo médico oficial — laudos particulares também são válidos, especialmente em demandas judiciais.

    Via Administrativa x Judicial

    Embora seja possível solicitar a isenção via administrativa (por exemplo, pelo Meu INSS ou diretamente à Receita Federal), na prática, essa via frequentemente se mostra morosa, ineficiente e propensa a indeferimentos. Por isso, especialistas recomendam a judicialização do pedido, com assessoria jurídica especializada, como alternativa mais célere e segura.

    Restituição Retroativa

    Havendo reconhecimento judicial da doença grave, o contribuinte tem direito à restituição dos valores indevidamente recolhidos nos últimos cinco anos, contados a partir da data do diagnóstico da enfermidade — e não da formalização do pedido.

Manutenção e Monitoramento

  • Na via judicial, a isenção tende a ter validade permanente enquanto persistir a enfermidade.

  • Na via administrativa, pode haver necessidade de revalidação periódica.

  • O contribuinte deve comunicar a Receita Federal para manter sua regularidade fiscal,

    mesmo estando isento.

    ✅ Quem tem direito à isenção do IR por doença grave?
    A isenção é garantida pelo artigo 6o, inciso XIV da Lei 7.713/1988, que lista as doenças que dão

    direito à isenção de IR. Veja a lista:

  • AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)

  • Alienação mental

  • Cardiopatia grave

  • Cegueira (inclusive monocular)

  • Contaminação por radiação

  • Doença de Parkinson

  • Esclerose múltipla

  • Espondiloartrose anquilosante

  • Fibrose cística (mucoviscidose)

  • Hanseníase

  • Hepatopatia grave

  • Nefropatia grave

  • Neoplasia maligna (câncer)

  • Osteíte deformante (Doença de Paget)

  • Paralisia irreversível e incapacitante

  • Tuberculose ativa

  • 📌 Observações importantes:

  • A doença não precisa ter sido adquirida após a aposentadoria.

  • Não é necessário estar incapacitado para ter direito à isenção.

  • A isenção vale apenas para rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma (inclusive complementações).

📄 Quais documentos são necessários? 1. Laudo médico oficial

  • Emitido por serviço médico particular ou da União, Estado, Município ou Distrito Federal (SUS ou serviço conveniado);

  • Se o laudo médico for emitido por médico particular, é muito mais provável que seja deferido pela via judicial. Se for através da União, Estado, Município ou Distrito Federal (SUS ou serviço conveniado) é possível fazer pela via administrativa;

  • Deve conter:

    • Diagnóstico da doença com CID;

    • Indicação da data de início da doença;

    • Declaração expressa de que se trata de doença prevista na Lei 7.713/88.

   Documentação Necessária

  • Laudo médico detalhado (particular ou oficial).

  • Exames e relatórios clínicos que atestem a enfermidade e seu impacto funcional.

  •   Documentos que comprovem os rendimentos sujeitos à tributação indevida (contracheques,

    informes de rendimento, etc.).

    2. Documentos pessoais

  • RG e CPF;

  • Comprovante de residência;

  • Cópia do extrato de pagamento da aposentadoria/pensão (geralmente obtido no site do INSS ou da fonte pagadora);

    3. Requerimento formal de isenção

       Pode ser feito administrativamente junto ao INSS, Receita Federal, órgão pagador da pensão ou aposentadoria (como RPPS).

🧾 Passo a passo para solicitar a isenção 👣 Etapa 1 – Obter o laudo médico

Marque consulta com médico do SUS ou serviço conveniado e solicite o laudo com CID e data de início da doença.

 👣 Etapa 2 – Preencher o requerimento Você pode fazer o pedido:

  • Pelo site ou aplicativo Meu INSS (para aposentados do INSS);

  • Diretamente no órgão pagador (para servidores públicos e militares);

       Ou por meio de petição formal com advogado, especialmente se houver indeferimento ou necessidade de retroatividade.

 👣 Etapa 3 – Acompanhar o processo
Após protocolar, acompanhe pelo site do INSS ou pelo portal do órgão pagador. Em alguns casos, o

pedido é deferido rapidamente; em outros, pode haver necessidade de recurso administrativo.

 📆 Posso pedir valores retroativos?
Sim! A isenção tem efeito retroativo à data do diagnóstico da doença, desde que comprovado

por laudo médico com essa informação.
Ou seja, você pode receber de volta os valores de IR pagos indevidamente nos últimos 5 anos —

seja por restituição via PER/DCOMP ou pedido administrativo.

⚖️ E se o pedido for negado?
Caso o pedido seja indeferido, mesmo com o laudo adequado, você pode:

1. Entrar com recurso administrativo;
2. Ou, em último caso, buscar o Judiciário com ação declaratória de isenção e pedido de

restituição dos valores pagos indevidamente.
Um advogado especializado pode avaliar o caso e garantir seus direitos.

Outros Cenários Contemplados

  • Planos de previdência privada (ex.: PGBL) também podem se enquadrar.

  • Casos de reforma por acidente em serviço têm direito à isenção.

  • O termo inicial da isenção é a data do diagnóstico, mesmo que o pedido ocorra posteriormente.

    ✨ Considerações Finais

    A isenção de Imposto de Renda para pessoas com doenças graves é um direito garantido por lei. Com a documentação correta e o apoio adequado, é possível não apenas deixar de pagar o IR, como também recuperar valores pagos indevidamente nos últimos anos.

    Se você ou alguém próximo enfrenta uma dessas doenças, busque orientação jurídica e conheça seus direitos.

    Diante da rigidez dos procedimentos administrativos e da interpretação restritiva por parte dos órgãos fiscais, a ação judicial é fortemente recomendada para garantir:

  • A concessão da isenção.

  • A restituição dos valores pagos nos cinco anos anteriores.

• O reconhecimento pleno dos direitos constitucionais do contribuinte em situação de vulnerabilidade clínica.

Doenças Previstas em Lei para Isenção de IRPF
A legislação brasileira garante isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos

de aposentadoria, pensão ou reforma para pessoas diagnosticadas com doenças graves. Confira abaixo a lista oficial de doenças que dão direito à isenção, com exemplos práticos para

facilitar a identificação:

✅ 1. Acidente ou Moléstia Profissional
O que é: Lesão física ou mental causada pelo exercício do trabalho.

Exemplos práticos:

  • Transtornos mentais relacionados ao trabalho

  • Lesões musculares crônicas causadas por movimentos repetitivos

  •   Exposição a agentes nocivos no ambiente de trabalho

    ✅ 2. Cardiopatia Grave
    O que é: Condições graves que comprometem o funcionamento do coração.

    Exemplos práticos:

  • Infarto agudo do miocárdio

  • Colocação de stent

  • Ponte de safena

  • Cardiopatia isquêmica

  • Insuficiência cardíaca congestiva

  •   ✅ 3. Alienação Mental

    O que é: Condições mentais que afetam a capacidade de discernimento e convívio social. Exemplos práticos:

  •  Alzheimer

  •  Demência senil ou precoce

  •  Esquizofrenia

  •  Transtorno bipolar em estágio avançado

    ✅ 4. Paralisia Irreversível e Incapacitante
    O que é: Perda permanente dos movimentos de membros ou regiões do corpo.

    Exemplos práticos:

    Tetraplegia

  • Paraplegia

  • Amputações com perda funcional

  • Doenças neurológicas que causam paralisia permanente

    ✅ 5. Nefropatia Grave
    O que é: Doenças graves nos rins que comprometem seu funcionamento.

    Exemplos práticos:

  • Insuficiência renal crônica

  • Necessidade de hemodiálise

  • Glomerulonefrite crônica

  • Transplante renal

    ✅ 6. Hepatopatia Grave
    O que é: Doenças graves que afetam o fígado.

    Exemplos práticos:

  • Hepatite crônica B ou C

  • Cirrose hepática

  • Insuficiência hepática

  • Transplante de fígado

    ✅ 7. Neoplasia Maligna (Câncer)
    O que é: Tumores malignos de qualquer tipo, inclusive curados.

    Exemplos práticos:

  • Câncer de mama

  • Câncer de próstata

  • Leucemia

  • Melanoma

    • Qualquer tipo de câncer já tratado ou em tratamento

    ✅ 8. Cegueira
    O que é: Perda total ou parcial da visão. Exemplos práticos:

     Cegueira total
     Cegueira monocular (em apenas um dos olhos)  Doenças degenerativas da retina

✅ 9. Esclerose Múltipla
O que é: Doença neurológica autoimune, progressiva e incapacitante.

Exemplos práticos:

  • Episódios recorrentes de perda de mobilidade

  • Visão dupla ou turva constante

  • Fadiga extrema associada a surtos

    ✅ 10. Doença de Parkinson
    O que é: Doença neurodegenerativa crônica que afeta o controle dos movimentos.

    Exemplos práticos:

  • Tremores involuntários

  • Rigidez muscular

  • Lentidão de movimentos

  • Dificuldade para andar ou falar

    ✅ 11. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
    O que é: Infecção pelo vírus HIV em estágio avançado, com comprometimento imunológico.

    Exemplos práticos:

  • Diagnóstico de AIDS com histórico de internações ou infecções oportunistas

  • Pacientes em tratamento contínuo com antirretrovirais

    ✅ 12. Estados Avançados da Doença de Paget (Osteíte Deformante) O que é: Doença óssea que causa deformidades, dor e fraturas.

    Exemplos práticos:

  • Deformações ósseas visíveis

  • Dor óssea crônica

  • Perda de mobilidade

    ✅ 13. Tuberculose Ativa
    O que é: Infecção pulmonar bacteriana em fase ativa e contagiosa.

    Exemplos práticos:

  •   Diagnóstico confirmado de tuberculose

  •   Pacientes em tratamento com antibióticos por período prolongado

    ✅ 14. Hanseníase
    O que é: Doença infecciosa crônica causada pelo bacilo de Hansen.

Exemplos práticos:

  • Manchas ou lesões na pele com perda de sensibilidade

  • Comprometimento dos nervos periféricos

  • Casos com sequelas motoras ou deformidades

    ✅ 15. Contaminação por Radiação
    O que é: Exposição acidental ou ocupacional à radiação ionizante.

    Exemplos práticos:

  • Trabalhadores expostos em ambientes hospitalares, nucleares ou laboratoriais

  • Síndrome aguda da radiação

  • Danos genéticos ou celulares documentados

    ✅ 16. Espondiloartrose Anquilosante
    O que é: Doença reumática inflamatória que compromete a mobilidade da coluna.

    Exemplos práticos:

    • Dores lombares crônicas e rigidez matinal
    Fusão de vértebras
    Postura encurvada e perda de flexibilidade

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